Há muito, muito tempo...


«Ao presente, Manolete é a base de todos os cartazes. Há pouco, em Valência, a praça só se encheu nos dias em que ele toureou.
Todas as feiras de categoria incluem duas ou três corridas com ele. Os preços dessas corridas são elevados. E o público exige e protesta se o artista não lhe dá o máximo em cada tarde. E Manolete tem de o fazer, quaisquer que sejam os toiros que lhe saiam, cerca de 25 dias no presente mês de Agosto. Se o não fizer, se não estiver bem sempre, a afición não lhe perdoa. É que ela pôs Manolete tão alto, que ele tem de ser sagrado. E, para conservar a posição, o artista tem de arriscar a vida em cada lance, tem de se superar a si próprio em cada tarde, tem de dar, em holocausto à paixão dos aficionados, todas as gamas da sua arte inconfundível.
As figuras do drama!
O drama das figuras!»


(Da barreira… Crónicas Taurinas por Saraiva Lima)




Quão actuais são estas palavras escritas em 1944.

Sem comentários:

Enviar um comentário