Até sempre Zé Maria Cortes…





Sempre fui (e continuo a ser) “adepta” dos forcados, dentro do que é uma corrida de toiros. Dou bastante importância às pegas e muitas foram as corridas de toiros a que assisti por causa dos grupos de forcados que nelas intervinham.
Foram muitas as vezes que vi corridas do grupo de Montemor, com o cabo Zé Maria Cortes a comandar. Foram também algumas vezes que vi o Zé Maria a pegar, quer antes, quer depois de ser nomeado cabo do grupo.
Assisti à passagem de testemunho da chefia do grupo do Rodrigo Corrêa de Sá para o Zé Maria Cortes.
A última vez que o vi foi em Arronches, no dia 21 de Junho, a comandar o grupo na corrida que ali teve lugar.
Apesar de tudo isso, nunca com ele convivi muito. A última vez que falámos foi há uns tempos atrás, na sequência da criação deste blogue, falei com ele e disse-lhe que gostava de aqui publicar um texto dele sobre uma pergunta que lhe propus. Respondeu prontamente que sim, dizendo que assim que tivesse uns minutos, me enviava um email com isso. Fiquei sensibilizada com esta sua atitude e estava expectante em saber qual iria ser essa sua resposta…
Mal imaginava o que iria suceder…e fiquei chocada com a notícia. Logo agora…tão cedo!? Mas porquê??...
Fiquei sem palavras e só agora consegui escrever estas linhas para expressar o meu mais profundo pesar pela morte do Zé Maria e para lhe dizer que, onde estiver, lá no alto, para onde olhava muitas vezes durante as pegas do seu grupo, que eu sei qual seria a sua resposta à minha pergunta…
Até sempre Zé Maria e continua a comandar o teu grupo, que eu sei nunca vais deixar…



Por: Catarina Afonso

Juli e Manzanares em Badajoz









Badajoz, 24 de Junho - António Ferrera











Afinal a Montanha Pariu um Rato…


Neste fim-de-semana teve lugar mais uma “maratona” do Refúgio do Aficionado, com a presença em três corridas de toiros: Arronches (dia 21), Alcácer do Sal (dia 23) e Badajoz (dia 24).
Destas três corridas, confesso que a que aguardava com maior ansiedade era a de Alcácer do Sal, pela novidade que eram para mim os toiros de Monteviejo, conhecidos como os patas blancas.
Foi basta a publicidade, como deve ser nestas ocasiões, com fotografias dos toiros a circular pelas redes sociais, mostrando a sua seriedade e excelente apresentação. Saídos da Finca de las Tiesas, de imediato foram divulgados os pesos ao embarque, num trabalho bem desenvolvido pela empresa organizadora.
Tudo isto, aliado ao facto de nunca ter presenciado uma corrida na praça de toiros que leva o nome dessa enorme figura do toureio a cavalo, João Branco Núncio, faziam desta a corrida de maior expectação das três a que iria assistir no fim-de-semana do S. João.
Chegada à praça de toiros, fui de imediato consultar o BI dos toiros e constatei, para além do peso, a idade de cada um deles: os dois primeiros da ordem de lide estavam ferrados com o algarismo 7 e os quatro restantes com o 8. Ou seja: os dois primeiros toiros tinham a proveta idade de seis anos (e mais uns meses…) e os restantes de cinco. Logo aí pensei: “isto são toiros com muita idade, muito sentido…não sei o que isto irá dar, principalmente para os forcados…”. Mas, reconheço, também, de imediato, censurei: “isto são toiros que não saíram em Espanha e agora vieram baratos…”.
Seja lá como for, a verdade é que a expectativa que trazia manteve-se, embora ficasse a pensar que, se calhar, nas lides a cavalo, “aquilo” não iria dar para fazer nada.
E lá fui eu presenciar a corrida, a qual descrevi em escrito publicado no site toureio.com. Relativamente ao motivo maior da minha expectação, os toiros, saíram mansos, com escassa mobilidade e sem grande codícia, para aquilo que estava à espera. Tanto assim foi que, nos forcados, nem complicaram nada, com as pegas a acontecerem com normalidade e sem grandes dificuldades (já sei que uma pega nunca é fácil…). Toda a minha expectação quase que desembocou em desilusão, não fosse o grande maestro António Telles a não deixar que tal acontecesse.

É caso para dizer agora que, afinal a montanha pariu um rato e que, muitas vezes os toiros aguardados com maior expectativa, são os que mais desiludem…


Por: Catarina Afonso